sábado, 18 de junho de 2016

HOMEM MÁQUINA


Dedico boa parte do meu tempo fotografando as andanças dos cidadãos por suas urbes,  em caminhadas à pé ou tomando trens metropolitanos que rasgam as cidades em poucos minutos. O elixir da fotografia de rua é a poesia visual do cotidiano, a imersão da rotina de cada ser humano no emaranhado de aço e concreto que compõe uma grande massa urbana. As cidades não são artificiais, elas são o resultado da forma instintiva do homem de se organizar em uma grande sociedade. Certa ou errada, ecológica ou não, uma cidade começa a ser formada num único traçado de caminho na terra crua. Direção, esquema, sistematização e arranjo comunitário = cidade. Nada mais natural, ainda que algumas sejam agressivas com a natureza. A boa cidade não é aquela que se integra com o meio ambiente. A boa cidade é aquela que faz parte dele! Esse é o ideal de nossas metrópoles, e, acredito eu, o futuro delas. Por isso, a fotografia de rua poderia, também, ser chamada de fotografia de natureza. A nossa natureza.

Charles Tôrres | Fotógrafo de Rua | 2016

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