segunda-feira, 22 de setembro de 2014

REBELDES


Ariscos, inquietos, apressados. Os motociclistas de Belo Horizonte testam diariamente o fluxo da cidade como se não houvesse o amanhã. Com cerca de 400 mil motos em toda Grande BH, o trânsito saturado espreme a  crescente frota de veículos entre as ruas e avenidas, fazendo os motociclistas ficarem cada vez mais à margem das faixas de rolamento. E como se não bastasse, o mercado dita que motoqueiro BOM é motoqueiro rápido. Os contratantes não querem saber de entregas feitas de moto que demoram o mesmo tempo das entregas feitas de carro. Se o sujeito está numa moto, tem que entregar a mercadoria com um terço do tempo que levaria se estivesse num automóvel. É aí que está o entrave da questão. Açodados, os mensageiros sob duas rodas atuam na circulação conforme o instinto incalculista vos manda. Como vamos reeducar motociclistas adestrados por um mercado sedento e imparcial? Se não forem ágeis, perdem o emprego, ou o cachê no fim do mês é delgado. Mensagens publicitárias advertindo os perigos da motocicleta já não valem mais. O buraco é mais embaixo.

Uma boa noite pra vocês e até amanha!

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