sábado, 16 de agosto de 2014

OBLÍQUO IMO


Metrópole luz, trem na linha, raio que tange, caminhar expresso, carros milhares, esquinas milhões, sempre uma direção. Frio da esfera citadina: a grande urbe e seu extenso âmago, início vetorial, núcleo poderoso, úmidos guetos, reduto financeiro, lar de baderneiros; cerne que reúne todo o potencial de uma colmeia humana em sua essência. Fatiado diariamente, rasgado por muitos, sentenciado pela maioria. Caos do pico; café e fotografia; cinema e pipoca; prosa e companhia. Bossa no ar, choro na água. Armas, Hildas, Vito Corleones, loiras do Bonfim e o diabo veste Prada. Trapos, chiques, líderes, matutos, hipsters, gays, crentes e descrentes. Soul na vitrola, mão na viola, jazz à marola, funk da rebola. Infartos diários, peca pelo excesso, exagera na pimenta, mas ergue-se como fênix, sob cheiro de pão e manteiga.

- Charles Tôrres

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