MATRIX
Mais uma experiência analógica bem sucedida! Quem acompanha o projeto já deve ter visto que frequentemente eu posto fotografias feitas com filme e câmera analógica. Como tais câmeras são mais leves, portáteis, menos invasivas que as volumosas digitais profissionais e garantem igual qualidade de imagem (se o processo de captura e revelação forem bem feitos); elegi algumas pérolas para me acompanhar em minhas saídas fotográficas. No caso da foto acima eu portava uma Nikon FE I de 1978 que acomodava uma lente 50mm f/1.8. O filme era uma experimentação... usei um Fujicolor 200, vencido há 6 anos. Filmes vencidos costumam distorcer um pouco as cores, mas no caso dessa fotografia, achei que a distorção só deixou a atmosfera do lugar ainda mais interessante. O aspecto da imagem me remete ao filme Matrix, dirigido pelos icônicos irmãos Wachowski. Matrix mostra uma situação onde a nossa realidade não passa de um programa de computador. Uma forma de mostrar por entre linhas que vivemos dentro de uma caixinha, programados pelo sistema a fazer o que já se foi feito, a viver a vida já vivida de outros cidadãos como se aquilo fosse sinônimo de sucesso. São várias as leituras filosóficas sobre o filme, o qual garante bastante aprofundamento ideológico e teórico. Ontem, dando aula sobre Regra dos Terços para os meus alunos do Curso de Fotografia do Estúdio Metrópole, devaneei sobre o assunto; sobre a relação da Matrix com os princípios da Regra dos Terços, que não é nada mais que uma matriz esquemática de enquadramento. A Sequência de Fibonacci dá origem ao número áureo da matemática, ao gráfico que gera essa matriz... e faz parte de toda a natureza do crescimento biológico, seja o desenvolvimento dos ossos ou o crescimento das colmeias. O mais interessante é fazer o paralelo disso com o filme. Matrizes são estruturas matemáticas organizadas na forma de tabela com linhas e colunas. A Regra dos Terços é representada na forma de uma matriz; e está ligada à natureza do crescimento de toda ordem natural no universo. Curioso isso, não? Teoricamente, não estamos inseridos na Matrix que o filme propõe... mas toda a natureza do crescimento universal é relacionada à uma regra matemática que resulta em uma matriz geométrica. Querendo ou não, estamos dentro da caixinha. O próprio fato de queremos não estar dentro dela, nos faz ainda mais inseridos, pois somos a contracultura, a força reacionária resultante de qualquer tipo de ação. Variações sobre o mesmo tom.
Boa noite a todos!
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