OVO
"BH é um ovo!"
Escuto com certa frequência essa frase. Não, Belo Horizonte não é um ovo... longe disso, está entre as 60 maiores metrópoles do planeta, entre as 20 maiores das Américas, entre as 5 maiores da América do Sul e é a terceira maior do Brasil. Estamos inseridos em uma massa urbana com quase 6 milhões de habitantes, os quais precisam percorrer 60km de norte a sul e 45km de leste a oeste se quiserem cruzar a cidade a partir de suas fronteiras urbanas extremas. Ou seja, não dá pra chamar de ovo uma cidade com tamanhas dimensões. Mas compreendo porque chamam BH de ovo: por conta da frequência em que encontramos conhecidos nas ruas. Os cidadãos que conhecem muita gente esbarram com amigos e parentes quase todos os dias em uma simples ida ao shopping. Tal fato tem três explicações: interesse comum; cidadãos que moram perto de suas atividades; e a teoria dos 6 graus de separação. O primeiro é quando temos amigos e parentes com fortes interesses comuns. Por exemplo: se faço faculdade de artes plásticas, comumente encontrarei meus colegas de curso ou professores visitando exposições e afins. Se trabalho com arquitetura, vou encontrar meus conhecidos com certa facilidade visitando obras ou assistindo palestras e conferências. Se sempre gostei de passear no shopping (e isso é cultural em minha família), vou sempre topar com primos ou tios perambulando pelos malls da minha região. Já o segundo motivo é quando o cidadão mora perto das suas atividades, como trabalho ou faculdade. Como BH é uma cidade densa, é comum o cidadão morar perto das suas atividades - e muitas vezes nem precisar de veículo para se locomover. Esse constante contato com as vias públicas faz com que frequentemente o sujeito se depare com conhecidos que frequentam os mesmos locais que ele (trabalho, escola, etc.). E por último (e mais importante motivo), a Teoria dos Seis Graus de Separação. Segundo a teoria, entre duas pessoas existem apenas seis contatos intermediários, mesmo que elas estejam em lados opostos do mundo. Esta ideia surgiu em 1967, quando um estudo do psicólogo americano Stanley Milgram concluiu em suas pesquisas que cada um de nós está a apenas seis graus separação de outro grupo de pessoas. Em julho de 2006, a psicóloga Judith Kleinfeld, da Alaska Fairbanks University, analisou as anotações da pesquisa original de Milgram e verificou que 95% das cartas não haviam chegado ao seu destinatário final. Ela concluiu então que a teoria dos seis graus não passava de um mito. Por sua vez, um estudo realizado nos Estados Unidos por pesquisadores da Microsoft concluiu que a teoria dos seis graus de separação pode estar realmente correta, embora talvez sete graus seja um número mais exato. De qualquer forma, ainda não houve uma conclusão concreta sobre o assunto, mas é uma teoria que vem fascinando psicólogos, matemáticos e demais cientistas em todo o planeta, especialmente por conta do advento das redes sociais, que explicitaram tais coincidências. Eu mesmo já me surpreendi ao ver que um conhecido meu em Brasília é amigo no facebook de um amigo meu em Belo Horizonte, logo quando me mudei pra cá. Tais coincidências e encontros são comuns em qualquer cidade, de qualquer esfera... seja BH, Goiânia, Campinas, Salvador, São Paulo, Tóquio, Palmas ou Los Angeles.
Ou seja, BH não é um ovo... mas pode ser que o mundo inteiro seja, se a teoria estiver correta.
Tenham uma excelente noite!
Escuto com certa frequência essa frase. Não, Belo Horizonte não é um ovo... longe disso, está entre as 60 maiores metrópoles do planeta, entre as 20 maiores das Américas, entre as 5 maiores da América do Sul e é a terceira maior do Brasil. Estamos inseridos em uma massa urbana com quase 6 milhões de habitantes, os quais precisam percorrer 60km de norte a sul e 45km de leste a oeste se quiserem cruzar a cidade a partir de suas fronteiras urbanas extremas. Ou seja, não dá pra chamar de ovo uma cidade com tamanhas dimensões. Mas compreendo porque chamam BH de ovo: por conta da frequência em que encontramos conhecidos nas ruas. Os cidadãos que conhecem muita gente esbarram com amigos e parentes quase todos os dias em uma simples ida ao shopping. Tal fato tem três explicações: interesse comum; cidadãos que moram perto de suas atividades; e a teoria dos 6 graus de separação. O primeiro é quando temos amigos e parentes com fortes interesses comuns. Por exemplo: se faço faculdade de artes plásticas, comumente encontrarei meus colegas de curso ou professores visitando exposições e afins. Se trabalho com arquitetura, vou encontrar meus conhecidos com certa facilidade visitando obras ou assistindo palestras e conferências. Se sempre gostei de passear no shopping (e isso é cultural em minha família), vou sempre topar com primos ou tios perambulando pelos malls da minha região. Já o segundo motivo é quando o cidadão mora perto das suas atividades, como trabalho ou faculdade. Como BH é uma cidade densa, é comum o cidadão morar perto das suas atividades - e muitas vezes nem precisar de veículo para se locomover. Esse constante contato com as vias públicas faz com que frequentemente o sujeito se depare com conhecidos que frequentam os mesmos locais que ele (trabalho, escola, etc.). E por último (e mais importante motivo), a Teoria dos Seis Graus de Separação. Segundo a teoria, entre duas pessoas existem apenas seis contatos intermediários, mesmo que elas estejam em lados opostos do mundo. Esta ideia surgiu em 1967, quando um estudo do psicólogo americano Stanley Milgram concluiu em suas pesquisas que cada um de nós está a apenas seis graus separação de outro grupo de pessoas. Em julho de 2006, a psicóloga Judith Kleinfeld, da Alaska Fairbanks University, analisou as anotações da pesquisa original de Milgram e verificou que 95% das cartas não haviam chegado ao seu destinatário final. Ela concluiu então que a teoria dos seis graus não passava de um mito. Por sua vez, um estudo realizado nos Estados Unidos por pesquisadores da Microsoft concluiu que a teoria dos seis graus de separação pode estar realmente correta, embora talvez sete graus seja um número mais exato. De qualquer forma, ainda não houve uma conclusão concreta sobre o assunto, mas é uma teoria que vem fascinando psicólogos, matemáticos e demais cientistas em todo o planeta, especialmente por conta do advento das redes sociais, que explicitaram tais coincidências. Eu mesmo já me surpreendi ao ver que um conhecido meu em Brasília é amigo no facebook de um amigo meu em Belo Horizonte, logo quando me mudei pra cá. Tais coincidências e encontros são comuns em qualquer cidade, de qualquer esfera... seja BH, Goiânia, Campinas, Salvador, São Paulo, Tóquio, Palmas ou Los Angeles.
Ou seja, BH não é um ovo... mas pode ser que o mundo inteiro seja, se a teoria estiver correta.
Tenham uma excelente noite!
BH só é um ovo para os moradores da Zona Sul que só ficam naquele mundinho e não frequentam as outras partes da cidade e até da Região Metropolitana.
ResponderExcluirBH necessita de um novo marco para consolidar a imagem da cidade. Uma espécie de Cristo Redentor ou uma Estátua da Liberdade algo que remeta.
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